Blog da Dulce Melo

Este é um espaço onde Dulce Melo aborda todas as suas críticas ao que enxerga de errado no sistema.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Não, Alagoas não é o terceiro estado com mais mortes por policiais.

Há divulgações que tomam rumos diferentes quando as interpretações surgem sem muita cautela. Assisti atentamente os apresentadores do Bom Dia Brasil, nesta terça-feira (06), falando a respeito de mortes por policiais em todo o Brasil e decidi expor minha opinião, visto que tivemos a distribuição de informações de que Alagoas ocupava a terceira colocação, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública com 2.318 mortes por cada 100 mil habitantes. Os dados seriam relacionados ao ano de 2014.

Claramente, os jornalistas anunciaram que em todo o Brasil, no ano passado, morreram por auto de resistência ou comprovadamente executadas por policiais, vimos imagens do Sudeste, mais de três mil pessoas. Se em todo país o número é esse, como AQUI foram 2.318? Uma coisa é ler 2,3 pessoas (o que seria quase três pessoas) por cada 100 mil e outra é incutir na cabeça da sociedade que foram 2.300.

Também não foi colocado o nosso estado entre os primeiros cinco. Então, como somos o terceiro nalgumas citações? E não importa em que governo, até por que, todos sabem que nunca defendi o anterior, mas, não é certo a carga colocada indevidamente nas costas dos nossos policiais. Em 2014 tivemos 70 pessoas mortas em confronto e de onde apareceram as duas mil e tantas outras? Sermos justos é o que ao menos devemos.

Na lista apresentada, oficialmente, São Paulo é o primeiro com 965, o Rio de Janeiro vem em segundo com 584 e a Bahia, apesar da redução em relação a 2013, mantém A TERCEIRA COLOCAÇÃO – que nos deram equivocadamente – com 278 pessoas.

Somamos, então, os números dos três estados que estão à frente desse ranking nacional e chegamos a 1827. Os outros estados da federação vêm com quantidades bem inferiores. Alagoas, por exemplo, com 74, Mato Grosso do Sul com 30, Pernambuco com 29 etc. Não podemos deixar de evidenciar a sistemática adota por alguns lugares para , não sei se propositalmente, reduzir a sua violência. Confrontos com as polícias nem sempre são contados pelas secretarias de Segurança Públicas, mas, aqui tudo vai para os gráficos. Saímos de novo, em mais uma pesquisa, em desvantagem.

Porém, é preciso que tenhamos cuidado para não induzir ou incitar a sociedade. Contar é fácil, basta que tiremos um tempinho para aprender a tabuada.

Por exemplo, podemos começar assimilando que 1 +1 é igual a 2 e não a 11; que 1,1 é quase 2 e não 1.100 e que 2 + 2 necessariamente nos leva a 4.

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Dulce Melo é Pernambucana, de Garanhuns. Atua como jornalista há 11 anos e é fascinada por leitura, assim como pela arte de escrever. Ama desenvolver não somente textos jornalísticos, mas artigos, poemas. É autora do livro: ‘“Clécio, o Halley” em homenagem ao ex-jogador de futebol Clécio Henrique encontrado morto num hotel em Arapiraca. Além disso, é autora do livro de poemas "RAZÃO". Possui dois livros sendo terminados: ‘Mulheres: podemos tudo após os 40’ e ‘Entre sirenes e rabecões’.

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