Blog da Dulce Melo

Este é um espaço onde Dulce Melo aborda todas as suas críticas ao que enxerga de errado no sistema.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

"Agosto Lilás": para que as mulheres denunciem monstros.

O Ministério Público do Estado de Alagoas iniciou, nesta terça-feira (1•), a campanha "Agosto Lilás". A iniciativa do procurador geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, é plausível. Há muitas mulheres que ainda se submetem à covardia, à desumanidade, à imbecilidade de medíocres que se intitulam MACHOS.

Sao mulheres que dissimulam o primeiro tapa, as primeiras agressões verbais, as primeiras torturas psicológicas. A violência doméstica tem levado mulheres à loucura e à morte.

Casos repugnantes são relatados, esporadicamente, quando as mulheres poderiam falar mais. Todos são trágicos e deixam consequências físicas ou emocionais. O estupro, por exemplo, vai muito além da dor no corpo na hora da mordaça, da penetração a força - por cavalos no cio.

ELA ABRE UMA FERIDA IMENSA E DOI NA ALMA. PRA SEMPRE.

Por mais que um dia a vítima do estupro consiga administrar a monstruosidade e por mais que consiga falar em casos similares, os anos passam e as imagens ficam. Reaparecem do nada e dói tudo de novo, somente pela lembrança.

SÓ SABE QUEM PASSA. É TRAUMATIZANTE.

Costumeiramente, passeio nas primeiras horas de cada manhã, pelos sites locais. Nesta semana, uma manchete repetida revolucionou o meu emocional. “Menina de 10 anos é abusada sexualmente pelo padrasto, de 38 anos, pelo irmão, de 22, auxiliados pela mãe”. Mãe?

Numa concepção abrandada, após remoer cada informação postada pelos colegas de profissão, posso defini-los como monstros e miseráveis. Mas quero a princípio exprimir o que sinto em relação a esta coisa que se denomina MÃE, capaz de participar dos atos violentos que vitimaram quem carregou no ventre por nove meses.

Ela JAMAIS pode ser vista como MÃE. Dos três é a mais perversa, a mais violenta. Mesmo que, fisicamente, as maiores dores tenham sido causadas peelas dois vira-latas.

Ninguém pode medir essa dor. Por mais que os traumas sejam tratados, por mais que a vítima se encoraje, por mais que consiga com o tempo administrar e conviver. Ela nunca vai desaparecer. As imagens ficam trancafiadas, morrem por alguns momentos, mas ressuscitam inesperadamente. E a dor volta com ela, volta em dobro.

O que esses miseráveis fizeram? Anularam a infância da menina. O que vai acontecer daqui pra frente com ela? Por quem será cuidada? Como vai crescer?

Ainda acho as punições permitidas por nossas leis para esse tipo de crime, leves demais. E não me comovo quando obtenho notícias de certas recepções dentro dos presídios, para esses tipos de “hóspedes”. NÃO MESMO.

Porque não há justiça que seja feita. Por mais que as leis sejam cumpridas. Principalmente para quem é vítima.

Que as mulheres sejam mais fortes e se encoragem. Que as meninas sejam mais protegidas e tenham a sorte de ter mães e pais de verdade. Que elas não esbarrem em monstros.

Que as mulheres gritem, antes que seja tarde.
Que o "Agosto Lilás", continue dentro de cada uma todos os meses, na certeza de que estão protegidas pelas leis e MERECEM AMOR E RESPEITO.


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Blog da Dulce Melo

Dulce Melo é Pernambucana, de Garanhuns. Atua como jornalista há 11 anos e é fascinada por leitura, assim como pela arte de escrever. Ama desenvolver não somente textos jornalísticos, mas artigos, poemas. É autora do livro: ‘“Clécio, o Halley” em homenagem ao ex-jogador de futebol Clécio Henrique encontrado morto num hotel em Arapiraca. Além disso, é autora do livro de poemas "RAZÃO". Possui dois livros sendo terminados: ‘Mulheres: podemos tudo após os 40’ e ‘Entre sirenes e rabecões’.

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