A dita...cuja, a dita...dura. Uma postagem da jornalista Niviane Rodrigues, na tarde deste domingo, 25 de junho, em rede social, forçou-me a escrever. Ela e a filha pareciam extasiadas ao se depararem, num dia chuvoso, de época junina, com algumas pessoas em frente ao 59• BIMTzd, do Exército Brasileiro, pedindo o retorno da (mal) dita...dura.
Ponho-me a refletir sobre a ideologia desses adeptos de um regime autoritário, torturador, que durante 21 anos encarcerou e matou inocentes, pelo simples fato de almejarem um Brasil diferente, onde o povo tivesse voz, pudesse fazer escolhas, emitir opinião. Onde jovens tivessem espaço para discordar e o autoritarismo excessivo, impiedoso fosse, de vez, guilhotinado.
Somente alienados buscam vivenciar a triste retrospectiva . Quem em sã consciência quer de volta tempo dolorido de filhos sequestrados, idas sem voltas, de mordaça, onde somente os poderosos políticos ditavam as regras que lhes eram convenientes e impunham suas vontades goela abaixo fazendo o Brasil caminhar sob armas empunhadas e ameaçadoras?
Há quem se apegue, para justificar, à modernização, geração de empregos, queda da inflação, sem querer enxergar onde foram concentradas, de fato, as riquezas do país. Para poucos, nas mãos dos mesmos.
O Brasil acelerava, em parte, mas ia deixando acumulada uma herança de dívidas camuflada num milagre econômico , ou de igualdade social mentirosa.
Tempo de redações invadidas, jornalistas condenados, sem direito à defesa , censura na tevê, artistas usando pseudônimos para passar mensagens em suas letras, muita gente exilada com medo de morrer, no mínimo ser torturada.
E há quem diga: “ queremos a ditadura”?
Lógico que a tão sonhada democracia ainda polemiza , provoca reações impulsivas. Ainda há muita desigualdade social, mas temos liberdade de expressão (embora alguns teimem em desconhece-la), de escolher os representantes mesmo que, às vezes, erroneamente.
Vivemos noutra realidade. Onde a condenação não é feita aleatoriamente , simplesmente porque alguém que detém o poder quer uma pessoa, da qual suspeita, punida Vivemos um tempo onde poderosos políticos são investigados, presos, condenados como qualquer outro cidadão. E pela Justiça.
Vivemos um tempo onde a sociedade civil e a polícia se encontram nas ruas e conversam. Onde o estudante e o trabalhador protestam por seus direitos. E podem.
Então, a quem interessa a dita...cuja, a dita..dura?
domingo, 25 de junho de 2017
Os devaneios e a (mal) ditadura
Escrito
às 20:29
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Dulce Melo é Pernambucana, de Garanhuns. Atua como jornalista há 11 anos e é fascinada por leitura, assim como pela arte de escrever. Ama desenvolver não somente textos jornalísticos, mas artigos, poemas. É autora do livro: ‘“Clécio, o Halley” em homenagem ao ex-jogador de futebol Clécio Henrique encontrado morto num hotel em Arapiraca. Além disso, é autora do livro de poemas "RAZÃO".
Possui dois livros sendo terminados: ‘Mulheres: podemos tudo após os 40’ e ‘Entre sirenes e rabecões’.
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